domingo, 23 de novembro de 2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Não é todos os dias que se aparece nas notícias...

A convite de um jornalista da SIC, lá se juntou o grupo de "malucos do LEGO" para mais um encontro, com o intuito de se fazer uma peça sobre esta "tribo" de adultos que se divertem como crianças... Afinal, há sempre uma criança entre nós, não há que ter medo de deixá-la vir ao de cima de vez em quando não é? :D

Há que dar os parabéns ao jornalista que fez um trabalho muito bom, acerca do nosso passatempo!

domingo, 2 de novembro de 2008

Passear por Sintra...

Sintra: terra de poetas e românticos, de refúgios da vida frenética e poluída da cidade...
...toda a paisagem, o clima, a verdura, o ventinho fresco e puro... e a melhor companhia do mundo, num dia muito especial ;)
Tudo foi lindo, tudo foi mágico! A Regaleira com a sua arquitectura cuidada, jardins fantásticos e passagens escuras que desafiam a coragem de quem os explora! :D Monserrate com a majestosidade de um palácio requintado cheio de rococós, que dá gosto ver e apreciar... e para acabar em beleza, a Pena! "Nada disto vale a Pena"! :D no topo da serra, rodeado por uma paisagem idílica e maravilhosa, uma arquitectura colorida mas muito cuidada, detalhes de requinte e bom gosto, recheado de elementos da vida mais requintada dos finais do século XIX...
Ao entrar no quarto da Rainha sou envolvido com um aroma agradável a "cera crua" que me fez despertar um sorriso...talvez memória de odores que lembram o tempo da nossa infância, nas visitas às casas dos nossos parentes mais anciãos, ou simplesmente porque é uma fragrância natural e agradável, diferente das sintetizadas que nos inundam todos os passos...
O meu comentário gerou uma resposta da senhora que estava de guarda aos aposentos, e desta começaram 3 dedos de conversa, coisa típica entre nós, portugueses: conversar descontraídamente com alguém, assim do nada! Foi uma conversa que ainda durou uns minutos, onde a senhora acabou por confessar que :
- "já tava com saudades de ouvir português", que "éramos os primeiros da semana a passar por lá..."
- "Eu gosto de cultura, gosto de história e dos lugares da história. Não é a primeira vez que aqui venho, mas há sempre coisas novas para ver, detalhes que não reparámos anteriormente. Eu gosto do Palácio da Pena! :D Mas as pessoas preferem hoje, palácios do Colombo, Mosteiros do Vasco da Gama, e outros semelhantes..."
A princípio, houve um silêncio para tentar compreender esta frase, mas seguiu-se rapidamente um sorriso!
A conversa ainda continuou mais um pouco, falando-se da diferença que notei, nomeadamente em restauro e aplicação de barreiras de acrílico protectoras... "Tem estado a ser recuperado faseadamente, mas havia muito trabalho... especialmente das pessoas que escreviam nas paredes, e algumas vezes, nos próprios móveis (!)..." (Talvez até seja bom que esses "portuguesinhos" pouco civilizados não apareçam nestes cantinhos de cultura... ao menos não estragam!)
No regresso a casa deu-se um pequeno saltinho a (mais) uma das catedrais do comércio, o IKEA, à procura de um cabide com rodas que, tal como nas últimas vezes que tenho vindo, persiste em não haver em stock... Ao contrário do Palácio da Pena, o Palácio do IKEA estava apinhado de portugueses, na loucura da escolha de (mais) entulho para a casa... móveis, cadeiras, estantes, ou pequenos acessórios para o natal que já atestou as secções de vendas, e ainda estamos (supostamente) a um mês da quadra natalícia...
...Aqui sim, filas intermináveis de pessoas, e nem nas caixas "expresso" as esperas eram curtas... Ao olhar para as coisas que tinha na mão, apercebi-me que aquilo que precisava não tinha, e tudo o que tinha escolhido entretanto era de necessidade dúbia... e assim decidi passar pela "saída sem compras" e fugir daquela multidão!
Mas uma coisa é certa: a Pena, a Regaleira, e todos os sítios onde passámos nesse dia soalheio de Novembro, tinham tudo... menos portugueses. Não foi preciso pensar muito onde eles estariam: Obviamente metidos dentro das "catedrais do comércio", como pude até constatar depois...
Isto leva-me a pensar:
- Se estamos numa suposta "crise", onde o dinheiro é pouco e onde tudo está tão caro... então porque é que os shoppings cada vez têm mais gente, e cada vez há mais shoppings, e cada vez há mais lojas nesses shoppings?
- Se há espaço para mais e mais centros comerciais, porque é que cada vez há menos lojas "fora deles"? Será que estas novas superfícies não são mais que a transferência e concentração de "pequeno comércio"?
- Afinal a tal crise existe mesmo? Ou é só uma desculpa para o patronato nos continuar a contratar abaixo daquilo que valemos e/ou não nos aumentarem e chegar até a tecer ameaças pelo aumento do salário mínimo (que "supostamente" apenas 5% da população está afecto a ele)?
- E se a situação laboral está na tal "crise", que se ganha tão pouco que mal dá para as despesas... como é que os portugueses conseguem continuar a ir ao shopping às "compras" como se não existisse mais sítio nenhum para onde ir?
- Mesmo com a justificação das "facilidades de crédito" que existem hoje, disponibilizadas por agiotas disfarçados, e vergonhosamente LEGAIS, não estão as pessoas à beira da roptura financeira, ou para além dela???
Há aqui conclusões que são contraditórias... demais!